quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Dificuldades na compreensão das definições de espécie e variabilidade na teoria da evolução
Por Benjamin de Melo





Por acreditar que alguns aspectos da teoria da evolução merecem ser revistos, utilizar-me-ei de exemplos bastante claros neste sentido para tocar de frente em meu objetivo, pois muitos dos tópicos relativos à teoria da evolução quando não são cansativos por falta de conhecimento, são irrelevantes por falta de fundamento. Pra começo de conversa, a dificuldade que os cientistas têm em classificar como espécie ou como variedade muitos organismos merece de imediato certo descrédito para um leitor de espírito mais aguçado, por assim dizer. A biologia convenciona que espécie é a capacidade de indivíduos se entrecruzarem e gerar descendentes férteis em estado natural, sendo que o mesmo acontece com as variedades.
Espécies diferentes podem surgir através de barreiras geográficas, onde indivíduos de uma mesma população se distanciam dos demais e através destas barreiras ficam impossibilitados de trocar os genes por um longo período (que não se sabe exatamente quanto tempo), desta forma, perdem a capacidade de se inter-cruzarem. É o fenômeno da especiação.
Imaginem agora alguns animais de espécies diferentes ou variações que vivem em ambientes que inexistem barreiras geográficas ou a possibilidade de elas terem surgido são praticamente nulas. Cito o caso de alguns pingüins. O pingüim-imperador (Aptenodytes forsteri) convive com uma outra espécie conhecida popularmente como pingüim Adelles. Estes animais têm o mesmo nicho ecológico, além de a semelhança fenotípica ser gritantes, com uma pequena diferença: a espécie adelles é um pouco menor. Outro caso bem parecido é o das baleias. Só para ilustrar, a baleia azul (Balaenoptera musculus) não troca genes com a Jubarte (Megaptera novaengliae), apesar de também compartilharem do mesmo nicho ecológico. O leão (Panthera leo) e o tigre (Panthera tigris) quando cruzados em cativeiro dão origem à outra espécie, o Liger!
É deveras complexo compreender o que vem a ser de fato uma espécie e uma variedade, o próprio Charles Darwin (1809-1882) já apontava para esta lacuna em seu livro “A origem das espécies”. Cita ainda o caso de plantas que são mais férteis com o pólem de outra espécie que com o seu próprio pólem; e há outros casos, como uma certa Fuci, em que o elemento macho fertilizará o óvulo de uma planta de espécie diferente, enquanto que os machos desta última espécie são ineficientes com as fêmeas da primeira, Thomas Henry Huxley (Darwiniana “A origem das espécies em debate”, Madras, pág. 33). Ir além dessas conjunturas é o que se deve propor a biologia moderna, por ser justamente o mecanismo principal que deu o arranque para tudo que se conhece hoje como ciência, para não termos que ficar nos contentando com lacunas a serem preenchidas.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Luda

Luda

Sob a chuva noturna,
Fevereiro de 2008



Passa pelo céu dos teus olhos
Toda a minha ternura,
Todas as minhas palavras
E tudo o que eu possa dizer sobre a eternidade.

Trago em mim a capacidade de ofertar-lhe minha alma em gotas
Para que as infusões dos dias em meus pensamentos transmutem-se em uma causa
E não mais uma definitiva direção.

Em teus braços
A minha esquizofrenia rodopia,
A existência dilui-se no singelo começo da jornada dos tempos.
Em teus braços...
Estou incluso em uma atmosfera que sinto que há algo neste mundo que vale a pena.

O acaso e a necessidade

O Acaso e a Necessidade
Obra de Jacques Monod (Prêmio Nobel), Editora Vozes.

Por Benjamin.


Monod, em sua obra brilhante, “O acaso e a necessidade”, nos mostra algo que parece está recôndito, implícito ou qualquer que seja a nomenclatura deste fato, em todas as coisas, em tudo que existe, em tudo o que é. O acaso se denuncia nas constituições e estruturas funcionais dos organismos. Vale ressaltar que os exemplos que o autor se utiliza para demonstrar estes processos são bem específicos. Conceitos como “invariância” e “teleonomia” são dissecadas de forma magistral, fazendo com que a linguagem tecno-científica se torne bastante acessível. Ilustríssimo Prêmio Nobel de fisiologia e medicina (1965), ainda demonstra no livro muita maturidade científica e literária, envolvendo o leitor primeiramente com exemplos simples e por último com o tema central propriamente dito. O acaso é justamente todo o mistério que perpassa a vida, a necessidade são as condições conseqüentes deste mistério. Mistério que só se expressa como tal porque nos aparecem com uma infinitude de possibilidades de origens, recheados de códigos que nos permite supor ou até mesmo compreender como se deu essas possibilidades através do grande talento de Jacques Monod.

Feriados

Feriados


“Os grandes eventos não são nossas horas mais ruidosas,
mas nossos instantes mais silenciosos.”(Friedrich Wihlelm Nietzsche)



E um pouco da alma já não existe.
Esvaiu-se com a tenebrosa atmosfera dos feriados.
São dias de fogo e silêncio.

A indiferença causada pela embriagues
dos números venenosos dos calendários
me faz lembrar das crianças que há muito tempo gritam dentro do meu cérebro.

Pelas calçadas de um subúrbio ferroviário
vai uma paisagem ardil,
banhada pelo sol de um dia estigmatizado;
árvores centenária e melancólicos crustáceos esquartejados
nos restos de feira livre fazem a controvérsia sussurrar nos
ouvidos do supérfluo.