sábado, 20 de novembro de 2010

Proeminência da melancolia implacável

* Proeminência da melancolia implacável


Esta é a cidade
De todos vocês.
Uma ilha metálica pós-moderna.
Um fóssil vivo,
Encontrado em um cemitério.

Esta é a tua cidade.
Nebulosa lacrimogênea
encravada em uma noite profusa de convenções,
Onde caminho vagaroso e temerosamente
mastigando meu coração
e escondendo no cérebro o meu inseto específico.

Cidade perversa,
Que não me pertence.
Derrete as mentes de tua prole
Com esta orquestra radioativa nascida da lama
Fazendo-a morrer de canções alegrinhas.

Cidade sem primavera,
Não tenho o poder de NERO, mas tenho vontade de CATÃO:

Delenda est Carthago!
Delenda est Carthago!


Horda de palhaços infâmes,
África mal entendida,
Outono sem vinho e sem Lorca,
Estação espacial sem universo,
Reflexão sem infinito e sem cores,

Cidade do meu ancestral.


* A cidade referida nestes versos é justamente Salvador-BA, a cidade onde nasci e vivo até hoje.

Um comentário:

  1. Esta e nossa cidade , cidade dos falecidos , dos vermes salutares e restajantes. individuos temporais e mesquin/hos que veem na sua baianidade uma certa virtude... Tolos. futeis e banais
    saudo meu caro amigo pelo textos e profecia...
    E que a terra lhe seja leve

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